terça-feira, 4 de junho de 2013

Conte Aqui Seus Problemas [5]

Olá. Antes de começar nossa sessão de lamentações semanal, gostaria de oferecer a quem contribui com esse pequeno trabalho de inutilidade pública um agradecimento especial, por motivos mais do que óbvios: sem vocês, não haveria o trabalho em questão. O outro agradecimento de hoje fica por conta de um chocolate que recebi de uma contribuinte muito simpática cujo problema principal deve-se a sobra de mês ao final do salário, que serve para pagar as contas da adolescência, ajudar em casa e que este mês, infelizmente, não servirá muito bem para o presente de dia dos namorados. Acontece, mas boa sorte, amiga. Aliás, falando em amiga, a amiga dela está com o mesmo problema, coitadas. Dias melhores virão. 
Trabalho é mesmo um negócio complicado, e vejamos aqui, uma grande parte das reclamações do povo é justamente culpa dele. Seja pela falta, seja pelo excesso. Arrumar trabalho, por exemplo, é um problema para um homem bem apressado que nem ao menos quis parar para dizer isso. Já quando se tem um trabalho, surgem vários tipos de chateações: "não consigo administrar meu tempo porque trabalho demais e quando chego em casa não tenho mais vontade de fazer nada por mim", "não consigo encontrar ninguém para ficar com meus dois filhos pequenos", "preciso ganhar mais dinheiro", "insatisfação salarial", "rotina, estresse". E quando o assunto é chefe? "Tenho dois chefes, eles são sócios, mas não se dão bem, e eu fico entre os dois, ou seja: estou no meio das brigas. Uma vez, tentei dizer ao chefe A que o chefe B estava insatisfeito e desmotivado, e ele me respondeu que isso não existia."
Tive a impressão há algum tempo que carros podem trazer muita preocupação e muito prejuízo. Hoje, chegou a confirmação; "meu carro foi apreendido na estrada e não tenho condições de pegá-lo de volta. Por enquanto, vou ter de andar de ônibus." "Eu preciso trocar meu carro, mas meu irmão não pode me ajudar a procurar um novo, e sabe, eu não sei comprar carro!" Aproveito para pedir um pouco de atenção a esta última frase, pede-se ajuda para comprar carro, boas almas, favor comentarem abaixo oferecendo dicas, conselhos etc. 
Agora, ainda no setor de anúncios, vamos a uma figura particularmente engraçada. Desejando ser identificado apenas por Robert, o adúltero, este homem reclama da rotina de seu relacionamento e diz estar não só apto, como também necessitado de uma amante, um relacionamento secreto; "quero ir pra balada, é assim que as coisas funcionam hoje em dia". E como se não bastasse a ousadia de suas palavras, Robert e seus amigos quiseram saber dos meus problemas. Como eu já disse outro dia, não foram os primeiros, e como também já disse outro dia, não me lembro muito bem dos meus problemas (com certeza, envolvem o tempo, o espaço, as pessoas e essas coisas estranhas). Robert então me perguntou se o anel que uso na mão direita é de compromisso, e eu disse que sim. Não é, mas achei que ele não se importaria de não saber disso. Seu amigo também reclamou da falta de tempo, porque não consegue ficar com seu filho, e aí então eu agradeci e fui procurar mais problemas. É importante lembrar que fazendo esse tipo de coisa, eu realmente dou muita risada. 
Samir sente-se insatisfeito com as pessoas ao redor, que não compreendem seu problema de saúde. Isso o deixa um pouco deprimido, e às vezes, torna-se um homem calado. A coisa de dar muita risada não se aplica a este caso, por exemplo. 
Agora, uma pausa para a máxima filosófica do dia: "Avon disfarça, mas já não sou uma mocinha como você, e não posso simplesmente dizer 'tchau, vou arrumar outro emprego'."
E prosseguimos, com o pobre vestibulando que está muito preocupado com a concorrência em Oceanografia, cuja nota de corte é 48, segundo ele, um tanto alto para seus esforços - e cá pra nós, alto para mim também -, já que ele não deixa de sair com amigos e divertir-se para ficar em casa estudando. E se entrar na faculdade é um problema, imagine depois de entrar: "trabalhos da faculdade são meu atual problema." 
E para encerrar a conta, vamos ao pai de família cuja ex-mulher pediu uma pensão absurda que excede as necessidades da criança de cinco anos. Segundo ele, a justiça hoje em dia nunca dá razão ao pai de família, e eu prefiro abster-me de qualquer comentário ou posicionamento.
Até a próxima!

Um comentário:

  1. Se o cara tá louco por causa de Oceanografia, imagina eu que quero Direito D:
    Ainda estou dando maior apoio para essa sua empreitada que sempre rende textos ótimos de se ler. ^^

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