sábado, 30 de junho de 2012

O Amigo Chato.

Ele sempre te encontra, independentemente do lugar onde você está. Ele sempre te reconhece, por mais que você pinte o cabelo, deixe a barba crescer por três meses ou engorde ou emagreça 30kg. Ele sempre lembra do seu pior apelido da quarta série, aquele que te fez entrar em depressão e chorar até o Ensino Médio. Ele nunca muda, ele nunca se cala, ele nunca fala nada de interessante. Ele é o seu maior pesadelo e o causador de todo o ódio que existe no âmago do seu ser. Ele não tem limites. Ele não tem noção. Ele não tem nada de bom. Ele é aquele que vai com você a um jantar à luz de velas no seu aniversário de casamento. Ele é o ser humano que te faz não gostar da humanidade. Ele se acha um grande piadista. Ele se acha um grande rockstar. Ele se acha um grande gênio. Ele não sabe fazer, mas conhece alguém que saiba. Ele sempre sabe de tudo. Ele sempre tem razão. Ele acha que tem a vida mais interessante do mundo, quando, na verdade, a vida dele é tão frustrada e cheia de decepções quanto a sua. Não acredite., Não dê atenção. Não se deixe enganar. Não tente amá-lo ou compreendê-lo. Ele não merece público. Ele não merece amigos. Ele não merece fãs. Ele não merece nada. 
Ele é um monstrinho gosmento, prestes a agarra o pescoço do primeiro ingênuo que parecer amigável. Ele é grudento. Ele é insuportável. Ele é... O Amigo ChatoE é claro que você tem um desses. Todo mundo tem. Você pode até tentar se livrar do infeliz, mas ele nunca te deixará ser livre. Aprenda a viver com seu amigo chato, ou aprenda a matá-lo, logo de uma vez, da maneira mais lenta e dolorosa possível. Um grande abraço a todos os meus amigos chatos!

Frustrações de Rômulo

Chamo-me Rômulo. Nasci e cresci em 12 de outubro de 1961, numa pequena cidade no interior onde as coisas complicadas são simplesmente deixadas de lado. E por ironia do destino, tive uma vida muito complicada. É claro que as pessoas firmes e severas dizem que isto não foi nada, eu mesmo com o tempo passei a encarar tudo como o simples rumo da vida. 
Fui uma criança comum. Tive galinha, cachorro, brinquei de pula-cela, subi em árvore. Aprontei também. Matei passarinho na mão e ateei fogo em crina de cavalo. Fui moleque encapetado igual a todos os outros. 
Durante a época que os entendidos chamam adolescência brinquei de médico, deitei na grama a olhar as nuvens e imaginar as formas que elas tinham, me apaixonei por mulheres da vida e ouvi rock'n'roll de verdade. Tive problemas com a rebeldia, estudei fora, fui crescendo e virando homem, e aprendi a agir como tal, quando na mira de pai ciumento, me casei com uma das mocinhas mais bonitinhas da cidade pensando em outra.
Homem letrado, partido bom. Pai ciumento nem sempre é burro, escolhe bem o único com quem sua filha irá se deitar. Até o dia de sua morte, ela nunca disse que ele estava errado. Eu amei aquela mulher, é verdade. Ela teve um sorriso puro no rosto delicado, e fez questão de passá-lo para frente, tendo a menina, nossa filha, o mesmo sorriso. Não acho que fui pai presente, compreendo. Mas quando pude, eu amei também aquela mulherzinha, aquela menininha tão pequena e tão frágil nos meus braços, no dia em que nasceu. Foi a menina mais forte que eu conheci. Compreendi o avô quando ela trouxe o namorado, cheio de tatuagens. Aquela coisa de conflito de gerações, ciumes que as menininhas entendem como preconceito. Havia sim algum preconceito, mas ela era minha menininha. Bom menino, descobri por fim. Bom homem também, talvez até melhor do que eu fui, admito. Tiveram filhos, eu tive netos. Netos cujos olhos teriam o mesmo brilho daquele sorriso puro da minha amada. Ah, se eu conseguisse olhá-los sem essas lentes grossas e hostis...
Toda a minha vida eu dediquei a algo que hoje não sei dizer se foi amor, paixão, instinto ou simples medo das frustrações e descaminhos. 
O que eu sei é que eu poderia ter tido mais sabedoria. Eu poderia ter vivido de maneira mais complicada ainda. Eu poderia ter feito um circo, eu poderia ter gargalhado quando ela chorou e eu não soube consolá-la. Eu poderia não ter implicado tanto, e poderia ter sido tão melhor, que eu às vezes me pego pensando: eu não saberia viver com algo melhor; porque foi tudo tão ótimo, que não haveria possibilidade de piorar. Eu devia ter chorado mais, eu devia ter estado lá; eu deveria dar mais liberdade, mais amor e mais do meu próprio  sangue à ela. Disseram-me que eu dei. Fico feliz em saber que vou logo me encontrar com ela, deixando estas coisas daqui. Sei que a vida não é coisa fácil. Sei unicamente que nada do que eu fizer vai tornar minha angústia menor, mas contento-me em saber que vivi. E vivi como todo o homem deve viver: feliz. 
Hoje, as dores da vida e as frustrações que tive me acompanham nas noites frias sem o calor da juventude e me seguem pelos caminhos secos e exatos sem a incerteza dos passos turvos de um menino. Mas já não importam as dores da vida e as frustrações que tive. O que importa é ter de fato estado vivo, sendo errado ou não. 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Puta Mundo Injusto, Meu.

Quando era criança, eu sonhava em ser engenheira. Na verdade, mamãe é quem queria que eu fosse. Mas não, mamãe, não vai dar. Até agora, não tirei nenhuma nota azul em matemática, e tem ainda aquela PP de física, lembram? Mas mãe é mãe, ela entende. Beijo, mãe. Depois, quis ser bombeira. Ora, vamos, menina, com esse físico de filé de borboleta você não consegue nem segurar uma criança, que dirá salvá-la de um incêndio. Planos frustrados. Ah, quem sabe se eu estudasse enfermagem? Deus que me livre! E aquelas feridas horríveis? E esse jeito estabanado? Seria daquelas enfermeiras que matam crianças injetando tarja preta no lugar de soro, ou coisa assim. Não, não. E que tal ser atriz? Comediante? Cara, suas piadas são mais sem graça do que as do Ary Toledo. É, nada de comediante por aqui. Vida de esportista é muito ruim, não vale não. Já sei! Que tal ser advogada, hein? Começa um curso na área, e dali a seis meses já está desistindo. Briga para todo lado. Menina, você já tem dezesseis anos e não sabe o que quer da vida? É uma vergonha, é desprezível. Mas Direito eu não faço não. Não faço nada direito, que dirá fazer Direito. Abortando missão: Direito. 
Se eu me tornar uma rockstar, talvez me levem a sério. Contudo, não sei tocar nem Faroeste Caboclo inteira, melhor deixar a ideia de lado. Eu sinto dizer a todos vocês, mas a única coisa que eu sei fazer desde os quatro anos de idade é escrever. Vamos investir em escrever, vamos escrever todo dia, vamos nos dedicar a escrever sobre tudo e ganhar um público na Internet, a princípio. Daqui a algum tempo, quem sabe eu consiga publicar um livro e entrar na cabeceira das pessoas. Após diversas tentativas de divulgação desastrosas, porém, compreendi que as pessoas que não leem o que eu escrevo são as mesmas que apoiam a cultura de violência brasileira. São aquelas que cultuam  a ignorância brasileira. Com este raciocínio, podemos deduzir rapidamente que  eu sou uma boa escritora. Eu quero ser uma boa escritora. Eu SOU e SEREI uma boa escritora. MAS O BRASIL NÃO LÊ! A culpa agora, eu sinto dizer, não é minha! Como é que eu posso vender intelecto, se as pessoas não compram? Sinto-me ignorada. Completamente ignorada. Mas eu espero que um dia as pessoas saiam desta cegueira infinita, e eu possa trabalhar dignamente. Compreendam que um país só vai para frente com educação. Cultura não é coisa para ricos. Cultura é coisa para quem tem cérebro. 
E todos vocês tem cérebro! Que tal fazer o seguinte: vou lançar a campanha FAÇA UM FAVOR A VOCÊ E AO SEU POVO: DOE ATENÇÃO A UMA ASPIRANTE A ESCRITORA. Compartilhe este link  ( http://danielemolina.blogspot.com.br/ ) em suas redes sociais, instigue seus alunos, professores, colegas de classe, colegas de trabalho. Operários também leem. Pilotos de avião também leem. Secretários também leem. Machões também leem, e eu garanto que eles adoram poesia. Feministas também leem. Homens e mulheres leem. Crianças também leem. Adolescentes também leem. Brasileiros, vocês leem. Eu confio em vocês. 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Mais Feminista Do Que Nunca

Ele chegou em casa, sentindo a sensação de estar esquecendo algo importante. Estava  exausto do trabalho e faminto, imaginando, em sua pseudo autoridade masculina dentro daquela casa, o maravilhoso jantar que lhe esperaria. Em vez disso, foi surpreendido por um beijo, antes que pudesse ao menos fazer a fatídica pergunta.
- Fiz algo para você.
Pensou ser óbvio ela estar tratando de um jantar especial. Pensou em luz de velas, não viu velas. Pensou até ter esquecido do aniversário de casamento, mas era só dali a dois meses. Deveria ser uma daquelas noites em que ela simplesmente lhe puxava pela gravata e o conduzia até o quarto, sem mesmo sentir o cheiro de arroz e feijão. Torceu para não ser; naquele caso, levaria horas para comer, de fato, algo. Acabou caindo na obviedade que lhe era peculiar:
- O jantar?
- Um poema.
Ela se abriu num sorriso, muito sedutora.
- Como é?
Ainda não sabia comer poesia. Fez cara de quem não entendeu e ela lhe entregou uma folha de papel, de um jeito tão bonitinho que ele não soube perguntar de mais nada. Leu o poema, que por sinal estava tão bonito quanto aquele frango assado que ela fizera no domingo. Ficou se perguntando se ainda teria algum pedaço, mas achou grosseria perguntar. Seus dias de canalhice, enquanto solteiro, lhe proporcionaram sabedoria para negociações conjugais como aquela. Decidiu então, contornar sua mulher com belas palavras, que é como os canalhas fazem. Sabia lidar com aquele tipo de situação sem deixá-la magoada. Era sensível como casca de ovo aquela mulher. Tudo o que se falava, e por vezes também o que não se falava poderia magoar. Puxou-a pelo braço e a colocou em seu colo. Elogiou o poema, o novo corte de cabelo, o vestido e também o bom e velho sorriso de menina. Disse até que ela teria futuro enquanto poetisa. Ela sorriu novamente, do modo mais meigo que alguém pode fazê-lo. Fingiu que acreditava. Por fim, mostrou-lhe a saborosa lasanha que ficaria pronta assim  que ele saísse do banho, e após o jantar, já certa do sucesso de seus planos maquiavélicos, puxou-o pela gola do pijama até o quarto, como a fazer o pobre esquecer por completo da final do campeonato de futebol na TV. 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Crises de Maria.

Nasceu, lá numa cidadizinha do interior, uma menininha muito engraçadinha, que apesar de tal qualidade, não era lá a criança mais bonita da maternidade, que a mãe não nos ouça. Foi-lhe dado o nome de Maria, por ser o mesmo da bisavó de um amigo da mãe que morrera naquele mês. Quiseram prestar-lhe singela homenagem no nome, mas como era homem, e a criança não poderia chamar-se Claudinei, procuraram na família do tal, uma mulher com nome bom pra se prestar homenagem. Coisa de gente do interior, oras. Maria. Maria era bom. Maria foi ficando uma menina muito bondosa, gostava de ajudar e não interessava o que tivesse de ser feito em benefício do próximo; ela fazia. Maria na creche era uma benção: cuidava mais das crianças do que as próprias "tias". Quando ganhava moedinha, não era o padeiro ou o sorveteiro quem ficava feliz; eram os mendigos da praça, que iam direto ao bar comemorar a bondade alheia. Não existia uma só pessoa que não amasse Maria na escola. Pelo menos não em dia de fazer atividades em grupo. Maria fazia o trabalho, cozinhava para os amigos, comprava os materiais. Eles se encarregavam de brincar de coisas de adulto. No quarto dela, claro. Um dia, numa dessas brincadeiras um rapazinho muito esperto perguntou se ela sabia aquela brincadeira, em específico:
- Sei não, Marquinhos. Papai diz que menina boazinha não deve, não posso.
- Que nada! A coisa é boa, e eu ia gostar tanto se ocê me fizesse esse favor...
 Não foi preciso muito mais do que esta bendita palavra para dobrar a pobre menina. Depois da brincadeira terminar, Maria perguntou o que era aquilo. Marquinhos dizia apenas que era brincadeira de "emprestar os brinquedos". E ela gostou, tanto do nome quanto da coisa em si. Virou um tal de empresta daqui, não devolve dali; e ela começou a entender as coisas. Percebeu que naquela de emprestar, estava era dando tudo; e aí ficou muito triste, porque descobriu que ele se aproveitava dela. Maria começou a sentir algo que o psicólogo chamou de revolta, mas que ela entendia como vontade de matar todo o mundo, simplesmente.
Um dia, Maria decidiu que não seria mais daquele jeito. O primeiro pedido que lhe fizessem, negaria. E assim fez. Uma nova Maria surgia. Agora, tomava gosto pela coisa; saía negando tudo o que lhe pediam; dinheiro, favor, paciência, empréstimo de brinquedos... Maria tornou-se uma mulher terrível. Fez com que o pai obrigasse o malandro do Marquinhos a se casar com ela, só para poder judiar dele. Descobriu porém que mesmo fazendo isso, não conseguia sentir raiva dele. Podia odiar o mundo todo, mas ele não. E aí ela teve outra crise existencial. Não sabia se odiava aquele homem por ser o único no mundo do qual ela não conseguia odiar de jeito nenhum, ou se simplsmente não o odiava mesmo. Descobriu, para a sua infelicidade, que eram as duas coisas, e ainda pior, para seu desespero, descobriu que amava o infeliz. A essa altura o bichinho andava até meio fraquinho, meio doente, porque ela fazia questão de não lhe fazer comida o bastante.
Olhou para o coitado, jogado às traças, esmilinguido, e sentiu algo lhe cortar o coração. Lembrou-se dos tempos de menina. Lembrou-se de como ele olhava para ela; com vontade de lhe emprestar tudo o que tinha, de lhe dar, se fosse preciso, e sentiu-se feliz. A doce Maria voltou para ela, e ela voltou a ser bondosa como era, vivendo pelo desejo de ver aquele brilho nos olhos do Marquinhos, vivendo junto com ele sempre. O Marquinhos a amava, desde sempre, e sentiu-se igualmente feliz com a maneira com a qual ela o olhava e fazia-lhe uma bela refeição, com a que cuidava dele e lhe emprestava sempre seu amor. Marquinhos aprendeu com a adorável Maria, que era bom cuidarem um do outro, e eles tiveram um filho, a quem chamaram João, em homenagem a um mendigo que pedia moedinhas na praça, bisavô de uma das tias da creche, que era amiga de Maria, e morrera, naquele mês, vítima de atropelamento, mas que devido ao seu nome (Luíza), não seria possível uma homenagem direta. Procuraram, na família da menina, um homem com nome bom pra ser homenageado. Coisa de gente do interior, pois. João era um menino muito esperto, de olhos ativos e de rosto risonho; mas, apesar disso, não era a criança mais bonita da Maternidade. Que a Maria não nos ouça.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Boys, Boys.

Existem várias teorias a respeito, algumas relacionadas ao ego, outras à aparências, mas eu, eu mesma, nunca soube qual era de fato o problema entre mim e os homens. A única coisa que posso dizer sobre eles é que os que aproximam-se de mim sem a intenção de me assaltar, ou são da família, ou tem dona. Ou dono, que seja. 
Estive pensando em escrever um livro com os nomes dos rapazes por quem eu já "me apaixonei", e pelas minhas contas seria algo com cerca de 300 páginas. Porém, só existiu um deles que realmente gostou de mim (ou pelo menos era o que ele dizia, e eu já não o vejo há muito tempo. Talvez ele nem lembre mais do meu nome. São poucos deles, aliás, que sabem o meu nome, e muitos os que gostam de fingir não saber. 
Outra parcela também, como dito, tem seus defeitos nas mãos, seja em ouro, em prata, em latão. O que vale  mesmo é a intenção. Deste grupo, eu, por norma moral, faço questão de me afastar ainda mais. Outro grande grupo é o dos que não gostam de meninas. Estes gostam de torturar, com abraços e carinho, com amizade e afins. 
Não se esquece com facilidade daqueles que alimentam suas esperanças, sem querer ou não, pensando nas suas amigas. Não tenho, porém, nenhuma intenção de culpá-los, quando, na verdade, a culpa disso é unicamente minha. 
Muitas garotas culpam os rapazes por esse tipo de coisa, mas eles não são sempre os carrascos. Algumas vezes, por exemplo, é culpa justamente de outras garotas, e eles apenas gostam mais delas do que de mim, ou de você. Todos com o mínimo de bom senso devem concordar que ninguém é obrigado a gostar de ninguém. 
Culpados e vítimas a parte, um dos grupos mais apaixonantes que existem é o dos que não existem. São tão perfeitos os homens que não existem, que é triste pensar nisso. 
Eu não faço a mínima ideia do que possa haver de errado comigo, o que pode causar essa capa de invisibilidade, ou o que se deve fazer para destruí-la, mas independente de ser algo bom ou ruim, acredito que seja possível continuar vivendo dessa maneira, apenas admirando estes belos rapazes que o mundo possui, e que as garotas, bobas, adoram humilhar, mas não são capazes de viver sem. 


Obs.: Eu acho válido lembrar que não estou aqui pedindo críticas e  opiniões maldosas a respeito do que escrevo, e que eu tenho espelho e sei avaliar minhas próprias atitudes, portanto, qualquer comentário babaca será excluído, e eu, com certeza encostarei minha cabeça no travesseiro e dormirei lindamente durante a noite.

domingo, 3 de junho de 2012

Meio Cheio, Meio Vazio

Eu gosto das coisas à meia luz
Eu sou do meio termo
Eu estou presente nas linhas tênues
Naquilo que não é bonito, mas também não é feio.


Eu sou a divisão
Eu não tomo posições
Eu não serei pró nem contra


Eu não vou com você até o fim
Eu só lhe mostrarei os dois caminhos
E que vá você, sozinho,
Sem mim.


Eu não vou adotar as suas ideologias radicais
Nem abraçar as suas revoluções extremistas
Eu vivo imersa num submundo imaginário de flexibilidade
Eu me apaixono com facilidade
E eu não sei viver de outro jeito
Sem ser desse,
Meio desajeitado
Meio sóbrio
Meio doido
Que,
Por incrível  que pareça,
Parece tão desequilibrado.