quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ode À Voz

Sempre calma, vem chegando ao ouvido
Lentamente, há de invadir toda a sala
E com a conhecida serenidade da fala
Se abrirá no espaço, apertando o sentido.

Tranquilamente, o baixo tom imprimido
Alivia o desolado barulho, que cala
É uma voz linda, que jamais se abala
Ainda que em meio a todo o caos vivido.

Voz, que vicia ao âmago do ser
Cuja pacificidade é contágio voraz
Transformas o ouvir num excelso prazer.

Não desconfias do enorme poder
Mas ao sorrir tu transmites essa paz
E tudo o que é bom cerca esse teu viver.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Fotofobia

Enquanto a luz não revelar teu amor
Eu não hei de ansiar por ela

Ando com medo do que é muito claro
Temo às entranhas tudo que for óbvio
Já que o próprio fim é seco e sóbrio
Se a própria vida é de valor tão raro

Sejam as árvores ornamentais
Usem máscaras todos os rostos
Soará mais alta que os altos postos
A intrepidez das palavras reais

Enquanto enxergarmos nada além da dor
Não haverá sequer chama de vela