domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Branca de Neve Junkie

Depois de provas tenebrosas, processos seletivos, listas de classificação, gritos de alegria, medo de trote, revoltas com a passagem, eis que surge novamente a autora psicologicamente instável deste blog cretino, mais alta, mais forte, mais sábia e mais bonita (ignorem a ultima palavra, por favor).
E seria normal pensar: provavelmente, desta vez, ela teria alguma coisa produtiva para postar aqui, mas não! Isto nunca acontecerá! Enfim, temos aqui uma história muito conhecida, de tal aí, que foi mal contada durante séculos. Venho aqui esclarecer esta palhaçada toda!
Caso você tenha tido infância, certamente deve lembrar-se de que um requisito básico a um conto estúpido é o seu começo mais do que peculiar, seguindo a maldição, digo, tradição milenar, famoso e batido “era uma vez” (mais batido do que luto em velório). Pelo menos essa é minha opinião, mas agora, ela não é importante, porque a partir de agora, não existo. Pois, é, mas esqueçam as festas, vocês também não existem queridos. Já explico: a história a seguir, por sua vez fictícia e não recomendada para cults, moralistas e/ou pessoas frescas e donas de gostos refinados - leia-se pessoas que lêem romances proibidos para diabéticos e acham que são intelectuais - passa-se no período medieval da história desse mundo velho e sem porteira, provavelmente em um castelo irlandês ou escocês incrivelmente maravilhoso, feito de pedra e cercado por um jardim muito maior do que o bairro onde você mora, sendo habitada por uma família real, ou seja, mulheres safadinhas com caras de santas, homens frescos que maltratam as tais, crianças pestes, mimadas e arrogantes, e esse tipo de coisa.
E com certeza, o camarada insano e suicida em potencial que suportou sabe Deus como ler esse troço até este ponto, deve com toda a razão perguntar-se o que pode haver de interessante num lugar como este? Em pessoas como tais?
A resposta, clara e objetiva é: nada. Ou quase nada, exceto por um único detalhe: a observação é uma dádiva divina, caro Watson. E a autora estúpida dessa joça nunca chega a lugar algum... E isso tudo foi, com certeza, armado para não dar o braço a torcer, e dizer logo: “era uma vez...” AH, voltando então, ao castelo magnificamente estupendo, essa é a história da Branca de neve, aquela que como diria o mestre: “todos vêem, mas poucos enxergam”. Ela era uma menina feliz e saltitante, que vivia naquele maldito castelo que eu não consigo parar de pensar, com a mãe e o pai, um rei muito bom e generoso, porém desprovido de perspicácia –leia-se burro - que era um ótimo pai, um ótimo rei e é claro, como nunca poderia deixar de ser, um corno espetacular, para cantor sertanejo nenhum botar defeito. Mas esse é um termo pejorativo, que não será mais utilizado nesta merda de história, porque como todos perceberam, eu odeio termos pejorativos, e porque provavelmente, minha avó lerá isto (e para provar por A+B que todos os seres humanos mentem, ela dirá que ficou ótimo!). Mas mesmo assim, fazer o que, ele era corno mesmo, e a culpa não é nenhum pouco minha, porque eu não sou a rainha. A va... digo, Ra! RAINHA, era tão desprovida de vergonha na cara, que foi assassinada pelo chapeleiro, o amante, quando este descobriu o romance com o condutor de charretes! Ora, vamos, não seja tolo de se perguntar de onde saiu esta idéia infame! É a verdade. O rei, levemente babaca, não entendeu o motivo que teria um chapeleiro para matar uma rainha na porrada. O chapeleiro não entendeu porque foi condenado a forca, porque até então, nem que ela era rainha o coitado sabia. O rei entra em depressão, e a menina, tendenciosa e geneticamente safada, aprendeu uma lição: por mais otários que sejam os homens ao seu redor, você deve tomar muito cuidado com eles. Discrição acima de tudo. Faça tudo parecer um acidente. Al Capone rules! Com a morte da primeira, não faltaram mulheres tão falsas e dissimuladas quanto ela para ficar com a coroa, as jóias e o panaca, que apesar de tudo, não era de se jogar fora.
Em dois meses, já estava lá, uma pior do que a rainha. Foi ficando entediada, e entre um camponês lenhador aqui e um jardineiro acolá, gostava bastante de infernizar a vida da garota, que igualmente safada, se encarregava dos filhos dos camponeses e jardineiros. O tempo passando, e um dia o rei descobre que possui câncer no cérebro e cinco dias de vida (medicina medieval surpreendentemente avançada) e logo esticou as canelas. Com isso, a convivência no castelo ficou insuportável, e a jovem fugiu, e para parecer bem rebelde e chocante, resolveu virar a primeira junkie dos contos de fadas, e foi morar na floresta, talvez para procurar elfos e duendes, ou talvez por falta de sensatez e astúcia (percebam que não há muita diferença entre as duas hipóteses). Na floresta, ela encontrou sete homens e ficou ali, morando com eles, numa casinha perto de uma árvore bem grande, e... O QUÊ? Morando ali, com sete homens? Ao melhor estilo “girls just wanna have fun?” Fácil assim? Mas, mas, como... Oh, este mundo está perdido! Moças de família não fazem esse tipo de coisa, não! Cadê a moral? Os bons costumes? A realeza, a decência, onde foram parar? Ah, mas não importa agora! Todos aqui já perceberam que nesta história, assim como na da cinderela, não existem tais palavras. E depois de algum tempo com os “amigos”, Branca de Neve, que tem esse nome ridículo devido ao fato de seu pai biológico ser o homem que limpava a neve do inverno, e de sua mãe não valer uma bala mascada, resolveu dar o fora, mas os homens não queriam porque não havia por ali nenhuma outra garota. Amarraram-na a uma cama, e deram-lhe um boa noite cinderela, que também serve para outras princesas. Enquanto, no meu castelo-sonho-de-consumo a madrasta que nascera puta, digo, que ficara puta por conta do desaparecimento da menina, que quando fugiu levou consigo todas as jóias e toda a grana do castelo, decidiu ir atrás e caçar a menina, nem que fosse a ultima coisa que fizesse, para pegar algo que não era seu por direito, mas que ela insistia em achar que era. E a pistoleira era tão ruim, mas tão ruim que acabou achando a casa dos strippers (anões, é?) escondida na floresta. Quando eles viram a madrasta, pensaram em trocar as duas, e soltar a mais jovem, já que tinham por ela “um apreço imenso” e a outra parecia muito melhor para aquilo que eles queriam, se me entendem. Foram ao centro do vilarejo, acharam o primeiro príncipe otário, digo, aventureiro, dono de uma belo par de olhos verdes, sangue azul e cérebro transparente (eu quis dizer inexistente), disseram-no que havia um feitiço e ele teria de beijar a branca de neve para que ela acordasse daquilo que médicos chamam de coma alcoólico, médiuns chamam de experiência de quase morte, e os irmãos Grimm chamavam apenas de sono profundo. Após cumprido o protocolo, os dois despediram-se de todos, subiram em seu cavalo branco, e partiram rumo a um castelo igual ao outro, e viveram felizes para sempre, ou até o dia em que Branca de Neve foi brutalmente assassinada por um carpinteiro que descobrira seu caso com o mordomo... E fim, graças a Deus! Minha tendinite agradece, pessoal!