quinta-feira, 28 de junho de 2012

Puta Mundo Injusto, Meu.

Quando era criança, eu sonhava em ser engenheira. Na verdade, mamãe é quem queria que eu fosse. Mas não, mamãe, não vai dar. Até agora, não tirei nenhuma nota azul em matemática, e tem ainda aquela PP de física, lembram? Mas mãe é mãe, ela entende. Beijo, mãe. Depois, quis ser bombeira. Ora, vamos, menina, com esse físico de filé de borboleta você não consegue nem segurar uma criança, que dirá salvá-la de um incêndio. Planos frustrados. Ah, quem sabe se eu estudasse enfermagem? Deus que me livre! E aquelas feridas horríveis? E esse jeito estabanado? Seria daquelas enfermeiras que matam crianças injetando tarja preta no lugar de soro, ou coisa assim. Não, não. E que tal ser atriz? Comediante? Cara, suas piadas são mais sem graça do que as do Ary Toledo. É, nada de comediante por aqui. Vida de esportista é muito ruim, não vale não. Já sei! Que tal ser advogada, hein? Começa um curso na área, e dali a seis meses já está desistindo. Briga para todo lado. Menina, você já tem dezesseis anos e não sabe o que quer da vida? É uma vergonha, é desprezível. Mas Direito eu não faço não. Não faço nada direito, que dirá fazer Direito. Abortando missão: Direito. 
Se eu me tornar uma rockstar, talvez me levem a sério. Contudo, não sei tocar nem Faroeste Caboclo inteira, melhor deixar a ideia de lado. Eu sinto dizer a todos vocês, mas a única coisa que eu sei fazer desde os quatro anos de idade é escrever. Vamos investir em escrever, vamos escrever todo dia, vamos nos dedicar a escrever sobre tudo e ganhar um público na Internet, a princípio. Daqui a algum tempo, quem sabe eu consiga publicar um livro e entrar na cabeceira das pessoas. Após diversas tentativas de divulgação desastrosas, porém, compreendi que as pessoas que não leem o que eu escrevo são as mesmas que apoiam a cultura de violência brasileira. São aquelas que cultuam  a ignorância brasileira. Com este raciocínio, podemos deduzir rapidamente que  eu sou uma boa escritora. Eu quero ser uma boa escritora. Eu SOU e SEREI uma boa escritora. MAS O BRASIL NÃO LÊ! A culpa agora, eu sinto dizer, não é minha! Como é que eu posso vender intelecto, se as pessoas não compram? Sinto-me ignorada. Completamente ignorada. Mas eu espero que um dia as pessoas saiam desta cegueira infinita, e eu possa trabalhar dignamente. Compreendam que um país só vai para frente com educação. Cultura não é coisa para ricos. Cultura é coisa para quem tem cérebro. 
E todos vocês tem cérebro! Que tal fazer o seguinte: vou lançar a campanha FAÇA UM FAVOR A VOCÊ E AO SEU POVO: DOE ATENÇÃO A UMA ASPIRANTE A ESCRITORA. Compartilhe este link  ( http://danielemolina.blogspot.com.br/ ) em suas redes sociais, instigue seus alunos, professores, colegas de classe, colegas de trabalho. Operários também leem. Pilotos de avião também leem. Secretários também leem. Machões também leem, e eu garanto que eles adoram poesia. Feministas também leem. Homens e mulheres leem. Crianças também leem. Adolescentes também leem. Brasileiros, vocês leem. Eu confio em vocês. 

Um comentário:

  1. nossa vc nasceu pra isso garota!! queria ser vc pode deixar que eu vou divulgar!!
    bjoo da Glauglau...

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