sexta-feira, 21 de maio de 2010

Negocinho Vermelho

Olá, crianças, hoje graças ao nosso grande e bom Deus, aquele estagiário insuportável faltou, para a alegria e melhor desenvolvimento da humanidade, e eu me pego pensando: terá morrido? Terá sido atropelado? Tomara, não é mesmo? Pois bem, já que teremos paz hoje, lerei a vocês aquela historinha super divertida da menininha pentelha com um laço vermelho, alguma coisa vermelha, tipo sangue, ou chapéu:
Era uma vez, uma menina insuportavelmente chata e desobediente, que não se contentava em encher o saco apenas da mãe, mas também da pobre avó, que mesmo com o pé na cova, tinha que agüentar a infeliz todo dia na sua casa, coitada!
Pois certo dia, a menina do negócio vermelho foi até a casa da pobre velha com uma mochila cheia de lanchinhos, salgadinhos, bolachas, chocolates e tortas gostosas, e refrigerantes e mais um monte de coisas, e... Ai, que fome!
(pigarreando): Bem, aonde é que eu havia parado? Ah, sim, me lembrei! A mãe da tralha disse para ir pelo caminho certo, mas, estamos falando de uma menina chata e sedentária, que quer cortar caminho pela floresta do lobo salvador da pátria (aquele mesmo que nos fez o favor de acabar com a raça dos três porquinhos chatos). A menina do negócio vermelho foi andando e cantando, e cantava mais alto, e cantando e andando, e... CHEGA! Que voz horrível, menina, cale essa boca, pelo amor de Deus! (eu odeio esse trabalho!)
Quando ela se deparou com o lobo salvador da pátria, perguntou-lhe:
-Ô seu lobo, o senhor é feio assim mesmo ou isso é só uma máscara?
-Na verdade hoje, eu resolvi sair de casa com um espelho na cara, pequena criança! Agora não me amole, e diga lá: o que há nessa mochila maior que você?
-Nada não, são só uns lanches pra minha avó!
-Legal, bem na hora do almoço! Agora me passa essa mochila aqui, vai, anda rápido, menina chata!
-Olha para a minha cara de quem alimenta lobo vagabundo! Agora, se me permite, vou andando, que a minha avozinha está doida por uns docinhos!
-Insolente! Você verá o que eu vou fazer com esses docinhos, garota!
E a menina do laço sangrento saiu, mostrando a língua para o lobo, que não perdeu tempo, e foi correndo até a casa da vovó. Chegando lá, bateu na porta dela, que por sinal, era uma antiga amiga sua, e ficou bem feliz em receber uma visita agradável.
-Ô dona Gertrudes, aquela sua neta chata está vindo aí, melhor se esconder rápido, e deixe um bilhete dizendo que foi a feira!
-Ó, que terrível! Muito obrigada, seu lobo, por me avisar! Pelo menos hoje me livro daquela peste! Mas... Como faremos para que ela não me veja aqui?
-Elementar, minha cara Gertrudes! Eu tenho um plano! Venha comigo!
Enquanto isso, a menina do laço sangrento passeava pelo bosque, cantando com sua voz terrivelmente assombradora, levando a mochila para a casa da avó, que a essa altura, está jogando baralho com o lobo doidão e o lobo salvador da pátria, que são ótimos amigos. Quando a peste chegou à casa da dona Gertrudes, bateu, bateu e bateu na porta, mas ninguém veio atendê-la (situação comum quando não há ninguém em casa). Que engraçado! Deu-se mal! Tenho frouxos de risos ao imaginar esta cena! Então, ela lembrou-se das palavras vingativas do lobo vingativo, que com certeza tem alguma coisa a ver com essa história!
(pensa consigo mesma): tenho que achar o esconderijo do lobo!
E a menina é tão pentelha, chata, insuportável, inconveniente, que achou mesmo a porcaria do esconderijo! Droga!
O lobo doidão, que é burro como uma porta achou que fosse o motoboy e a pizza de calabresa, e foi atender, mas, era a pentelha insuportável, que veio “buscar” a dona Gertrudes, pobre coitada!
-Vovó! Que bom que a encontrei! Esses lobos inescrupulosos e nojentos lhe fizeram algum mal? Eu já chamo o caçador, só um minutinho...
-Não será preciso, sua insuportável! Você caiu na armadilha! Até eu que sou o caçador de lobos, não agüento mais você! Você é tão chata que me liga todo dia para torrar a minha paciência! Pois agora, eu lhe digo: não vou te ajudar! Nos últimos dias, andei conversando com o lobo, e ele disse que você é quem fica cantando aquelas musiquinhas insuportáveis do Barney! E ainda por cima, com essa voz horrível, tenebrosa! Adeus, menina chata!
E foi-se embora o caçador. A menina ficou triste, nunca havia percebido que era tão chata assim. Apelou para a avó:
-Mas você ainda gosta de mim, não é vovó?
-Nem um pouco! Você é adotada, sua chata! Você me irrita todos os dias, trazendo esses doces, parece até de propósito, como se não soubesse da minha diabetes!
A vovó foi embora. A menina abaixou a cabeça. Na verdade, não sabia da existência de nenhuma tia Bete, mas achou melhor não dizer nada. Tentou falar com o lobo doidão:
-Senhor lobo, pelo menos o senhor vai ficar do meu lado, não é mesmo?
- Estou fora! Você é a garotinha mais chata que eu conheço! Eu hein! Vou vazando daqui, isso sim! Vamos salvador?
-Já mesmo!
O lobo doidão e o lobo salvador da pátria se foram. Só sobrou a chatinha vermelho. Ela no fundo, não era uma pessoa má, só queria um amigo, um namorado, ou alguém para encher o saco. É um tipo de doença mental, é novo, não se trata de uma simples loucura, como a da autora dessa porcaria de história, que pelo amor de Deus, é realmente muito ruim. Deprimida e sozinha, acabada, sem ninguém para encher o saco, decidiu se suicidar. Mas, antes que pudesse achar qualquer objeto pontiagudo ou cortante, eis que chega alguém, um rapazinho a porta, acena para a chatinha vermelho, e diz:
-NÃO! Não se mate coisinha! Eu sou seu fã, sempre fui e sempre serei e não permitirei que você faça algo assim! Sou o estagiário! E avisem ao narrador que eu nunca mais quero ir até essa porcaria de trabalho! Eu odeio ele e todos vocês! Faltei hoje porque sabia que ele ia acabar com a coisinha, como fez com os três porcos idiotas, e vim impedir! Eu a amo, garotinha! Sei que nunca alguém teve a coragem de dizer isso antes, mas, é a verdade! Seus cabelos negros, e esse negocinho vermelho não me deixam dormir desde a pré-escola, quando ouvi sua história pela primeira vez! Case-se comigo!
Pedido aceito, todos felizes! Não é ótimo?
E as duas malas viveram felizes para sempre, tiveram muitos filhinhos chatos e eu fiquei livre daquele infeliz!

Moral: imoral. Totalmente. Esse fim ficou terrivelmente péssimo, é uma “chapeuzinho dark” e seu namorado estagiário estúpido. Ah, lastimável. Vou-me embora logo, antes que inventem “o lado oculto de Cinder”. Credo!

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