segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Peso Para Papel

Depois de muito pensar sobre o futuro, descobri algo sobre mim mesma que de fato fez muito sentido: eu sou um peso para papel. O homem já foi à lua, o homem já inventou milhões de artigos e utensílios, diversas tecnologias e coisas tão incríveis que eu nem sei mencionar neste singelo texto. Mas o homem nunca foi capaz de designar duas funções para o peso para papel. Isto porque, o peso para papel é tão limitado e incapaz, que seu próprio nome já pode descrever sua única utilidade dentro do escritório. O peso para papel nunca será nada mais que um peso para papel. O peso para papel nunca mudará nada na sua vida. Ele nunca te fará falta. O peso para papel é um daqueles objetos que você só tem porque quer parecer organizado, ou porque era muito barato. Mas por exemplo: um grampeador ou um perfurador de papel podem perfeitamente desempenhar a única função do peso, e por vezes até de maneira mais eficaz do que o próprio. O peso para papel é algo desnecessário, supérfluo, inútil, um completo estorvo na sua escrivaninha. Ele é facilmente substituído por algo que nem foi feito para fazer o que ele faz de melhor. Ou melhor, a única coisa que ele faz relativamente bem. O que aliás, é questionável: dependendo do peso que ele tem, e do tanto de folhas, nem de segurá-las ele é capaz. E você sabe perfeitamente de tudo isso, mas nunca sentiu pena do peso para papel quando parou pra pensar na chatice que é ser ele. Até porque, você nunca pensou nele. Você não ama um peso para papel, e não odeia também. Você é completamente indiferente a ele. Você não olha para ele até o momento em que ligam o ar condicionado na sala e os papeis começam a voar, porque até então, ele é invisível diante do monte de coisas muito mais importantes do que ele em cima da sua mesa. Agora, se coloque no lugar do peso para papel. Sinta-se um completo montinho de nada, um inútil, um ser sem propósito. Não é nada legal, não é nada fácil. Uma pessoa sem moral, que não é e não tem condições de ser levada a sério, é o que eu sou. E é o que eu sempre serei. Um eterno peso para papel. Na escola, na família, entre os amigos, é o que eu nasci pra ser. Nada. Ninguém. Invisível, incapaz. É exatamente isso o que eu vou morrer sendo, e nada poderia mudar, de maneira nenhuma, o curso desta vida sem firmamento. Obviamente, não existe nenhuma mensagem neste texto que não seja um exemplo de como não ser na sua vida. Leve isto para sua vida profissional, e para tudo mentalize sempre: "eu não quero ser um peso para papel."

Um comentário:

  1. Cara, agora eu vou ter que acompanhar esse blog...
    Eu realmente gostei muito do seu texto. A analogia que você fez é incrível. É bem pessimista também. No final, poucos de nós seremos mais do que pesos de papel.

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